Bom dia, boa tarde, boa noite, conforme a ocasião.
Na mitologia grega, Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar uma pedra montanha acima, eternamente, só para vê-la rolar de volta toda vez que chegava no topo. Um castigo, diziam os deuses. Uma rotina, diríamos nós.
Sísifo foi o primeiro CLT do universo, com jornada fixa, tarefa inútil e avaliação de desempenho inexistente. Mas antes de julgar, responda: não somos todos meio Sísifo?
Acordamos cedo, tomamos um café com gosto de pressa, enfrentamos o trânsito e passamos o dia empurrando nossos próprios pedregulhos. Uns chamam de planilhas, outros de metas, boletos, dieta, imposto ou tentar entender a fatura do cartão de crédito.
Escalamos nossa montanha e finalmente sentimos que chegamos lá. Sextou! Mas o final de semana é rápido e as pedras voltam a rolar. A segunda-feira está lá embaixo, com o mesmo olhar debochado de sempre, nos esperando para mais uma rodada de “empurra e desce”.
Albert Camus, filósofo existencialista com cara de quem rolou poucas pedras na vida, dizia que devíamos imaginar Sísifo feliz. Feliz? Sim. Segundo ele, entender o absurdo da vida e ainda assim continuar é o maior ato de rebeldia.
Talvez seja isso mesmo. Talvez a gente continue porque, no fundo, gosta da subida, gosta da desculpa pra tomar mais um café, mais uma cerveja, postar mais uma figurinha no grupo, reclamar da vida com propriedade, fazer meme da própria tragédia.
Sísifo somos nós. Só que com wi-fi, ansiedade, açúcar no sangue e um cupom de 10 real no iFood.
E lá vamos nós de novo, empurrando a pedra, mas agora com um fone no ouvido e esperança no coração de que um dia, quem sabe, a pedra fique mais leve. Ou vire home office.
Café
Talvez o sentido da existência não esteja em grandes respostas filosóficas, mas em tomar um bom café, não responder grupo de família antes das 9h e manter distância segura de quem manda áudio com mais de dois minutos.
Fitness
Procurei na Bíblia e não encontrei em nenhum evangelho relato de que Jesus teria convidado os apóstolos para fazer academia. Mas achei o filho de Deus chamando os coleguinhas para comer pão, peixe e tomar vinho. Pense nisso!
Destino
E como disse Carl Jung, e se não disse era para ter dito, “até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir a sua vida e você vai chamá-lo de destinho”.
Sincericídio
Tem gente que diz: “eu sou sincero mesmo, falo o que penso”, só esquece de avisar que pensa errado e fala pior ainda.
Viva!
Um ser humano que tenho na mais alta conta, o empresário Flávio Ferreira, que neste domingo celebra mais um ano de vida, ao lado da sua Ana e rodeado de amigos. Parabéns, meu Irmão!
Celebrando
Hoje é a data querida da jornalista e agente cultural Emanuela Silva. Parabéns!
Juliê
Ainda celebrando aniversário a querida Juliê Caetano. Felicidades!
Alice cardoso de jesus
Acontece amanhã, na Biblioteca da Unisul, a apresentação do projeto “Entre Versos e Memórias: A poesia e o legado de Alice Cardoso de Jesus”. O evento é uma celebração à vida, à obra e à trajetória inspiradora da poetisa catarinense Alice Cardoso de Jesus. Nascida em Tubarão, filha de João Pedro Cardoso e Bernardina Vitória Cardoso, Alice viveu uma infância difícil ao perder a mãe e não conseguir frequentar a escola. Alfabetizada somente aos 42 anos, virou escritora, autora dos livros Pérola Negra (1978), Chama da Esperança (1986), Coletânea Vozes do Sul (participação - 1991) e “Gotas de Luz” (2004), sendo membro da Academia Sul Catarinense de Letras. Uma merecida homenagem.
Frase solta, que deveria estar presa:
“Algumas verdades são como café forte: difíceis de engolir, mas essenciais pra acordar.”
