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MILTON ALVES

25/06/2025 06:00

O Parreira dos radinhos

A quase totalidade dos que marcam a história de uma cidade são frutos da benemerência, atividade profissional, serviços prestados, eventual ocupação de cargo público, por terem sido alçados à líderes comunitários ou se dedicado a funções que simbolizam o trabalho social, a solidariedade ou defesa dos interesses coletivos. Essas pessoas são colocadas a desfilar na passarela de destaque de forma natural pela população, pelas instituições ou por outras lideranças. Nem sempre todos merecem, mas ninguém entra nesse desfile por acaso. Os intrusos, todavia, quase sempre vão parar no ostracismo. A mesma população que os enaltece, mais cedo ou mais tarde, os coloca no esquecimento. Fato. 

Vivem na marginalidade
Acontece que tem um outro movimento da população com a mesma característica, mas no sentido oposto, icônico, quase inexplicável, que alça à condição de “figura ilustre” pessoas que vivem suas próprias histórias, geralmente trágicas, marcadas por serem vividas protestando contra as normas e regras estabelecidas por nós, que formamos aquilo que se define como “sociedade”. Muitas dessas pessoas são originárias de boas famílias. Nascem e crescem em ambientes decentes, frequentam bons colégios, e até mesmo, na fase adulta, iniciam atividades em alguma profissão. De uma hora para outra, porém, jogam tudo para o ar e, dominados ou não por qualquer tipo de vício, optam por viver na marginalidade. Terminam seu estágio terrestre, amados ou odiados, compreendidos ou criticados, aceitos ou rejeitados, mas nunca esquecidos. Deixam a vida para entrar na história de uma cidade. Carlos Alberto Bernardini, o Parreira, 61 anos, que ontem nos deixou, no Hospital Nossa Senhora da Conceição, vítima de uma falência múltipla dos órgãos, é uma dessas pessoas. Jamais será esquecido.  

Diário do Sul
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