Muito tem se discutido, nas últimas horas, sobre a anunciada expulsão de 12 alunos do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, por ostentarem, durante um recente torneio de jogos universitários naquele estado, uma faixa com apologia ao crime de estupro. E o maior questionamento se dá exatamente quanto a isso. Fazer apologia a este horrendo crime seria mesmo o que intencionavam os referidos estudantes, ou queriam – com aquela faixa – motivar a equipe diversificando um jargão que tem sido comum nas disputas mais recentes, que é o: “vamos entrar neles, partir para cima, arrasar com tudo?”. Eis a dúvida.
Porém, todavia, entretanto
O X da questão é que a frase “Entra…, escorre sangue” pode até ter outros significados dentro do universo de uma disputa esportiva ou qualquer outro confronto – hipóteses que têm servido justamente de argumento, por parte daqueles que defendem os estudantes - mas ela não poderia ter sido usada, pois fazia parte de algo que já foi banido do cotidiano da referida faculdade. Ademais, a faixa, na época em que foi confeccionada, semanas antes da competição, gerou revolta nas redes sociais, mas os estudantes, mesmo assim, resolveram usá-la.
Fazia parte do hino
Os dizeres do texto seriam um antigo “hino” da Associação Atlética Acadêmica da faculdade, que havia sido banido em 2017, mas continua sendo entoado por alguns estudantes. A Faculdade Santa Marcelina repudiou o episódio e abriu sindicância para investigar os alunos — processo administrativo que foi recentemente concluído. Coletivos de mulheres e parlamentares também levaram o episódio ao conhecimento da Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar o caso. Infelizmente aconteceu e, mesmo que se queira afastar a apologia ao aborto, o ato dos estudantes não escapa da desobediência às normas e regras da instituição, atitude que nas últimas décadas tem tomado conta dos estudantes universitários brasileiros.
Balão de ensaio
Quando fui questionado sobre a possibilidade da Seleção Brasileira assumir a cor vermelha no seu uniforme de número dois, disse a alguns amigos: bobagem, não passa de um balão de ensaio. E nada foi além disso. Nesta terça-feira, em decorrência da forte reação dos torcedores e da quase totalidade da imprensa esportiva, a CBF afirmou que “não havia nada oficial” e, para que isso acontecesse, seria necessário mudar o estatuto da entidade, e isso estava fora de cogitação. Mas, que pensaram, pensaram, e por isso tudo acabou num balão de ensaio. Acontece que tanto a CBF quanto a marca que criou o novo modelo, não esperavam uma reação tão contundente. Aliás, em relação à CBF tudo está virando piada. Terça-feira também anunciaram a desistência de Carlo Ancelotti de vir para o Brasil dirigir a nossa Seleção. Inventaram que o Real Madrid está dificultando a saída do técnico. Palhaçada. Não sabia que na Europa os treinadores têm “passe” vinculado aos clubes.