O governo Lula tem sofrido sucessivas derrotas no Congresso Nacional em tentativas recentes de reger a tributação do país – reconhecida como uma das mais injustas e regressivas do mundo. Sem dúvida, é uma demonstração de força do Legislativo, que, turbinado por um volume insano de emendas parlamentares, não se vê forçado a dialogar com o Executivo e se refestela confortavelmente na condição de quem tem o poder da decisão final do orçamento sem precisar arcar com suas responsabilidades.
A questão, porém, é estrutural. A Câmara dos Deputados estabeleceu um império dos lobistas e vê na Presidência da República o papel de mero carimbador dessas decisões – como quem assina documentos feitos por terceiros. As bets, por exemplo, garantem que seus representantes dirão o quanto serão taxadas. Se o preço a ser pago é aumentar a desigualdade social e condenar os pobres à miséria, assim seja. Resta saber se o Congresso não está inviabilizando o país para sufocar o governo.
Ouviu e não deu importância
Foram muitas as manifestações em Santa Catarina sobre a anunciada candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado no estado. Praticamente todas contrárias. Em entrevista ao portal Metrópoles, na quarta-feira, Jair deixou claro que ouviu os apelos. E que os ignorou solenemente. A decisão está tomada.
A reação
Bolsonaro quer eleger três filhos senadores no ano que vem: Flávio, no Rio de Janeiro; Eduardo, em São Paulo; e Carlos, em Santa Catarina – que também ganha o brinde de Jair Renan deputado federal. A decisão, como se sabe, é dos eleitores. Seria uma boa “odd” para as casas de apostas?
PRD/Solidariedade
PRD e Solidariedade anunciaram a formação de uma federação partidária. É mais um sinal da redução do número de partidos políticos que está em curso no Brasil desde a implementação da cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais – lembrando que o próprio PRD já era fruto da fusão entre PTB e Patriota. Os dois partidos somados têm apenas dez deputados federais.
MDB/Republicanos
A formação de uma federação entre MDB e Republicanos parece próxima de ser formalizada. Em Santa Catarina, o grupo passaria a ter quatro deputados federais (três do MDB e um do Republicanos) e sete estaduais (seis do MDB e um do Republicanos). Os dois partidos já estão alinhados na reeleição de Jorginho.